O ESPIRITO SANTO NO
CRENTE
Jo 14.16-18, 26; 15.26; 16.7-15
O Espírito Santo é na atual dispensação, o
grande executivo ou administrador da vontade divina no plano de redenção, com
relação aos crentes, individualmente.
Já discutimos abreviadamente a natureza do
Espírito Santo e suas atividades, tanto no velho como no novo Testamento. Agora
estudaremos o ministério do Espírito em caráter individual.
Neste particular, o Cap. 8 de romanos descreve
uma pagina importante a respeito do ministério do Espírito Santo no crente. É o
grande capitulo da vitoria, em contraste com a derrota descrita no capitulo 7.
Enquanto este capitulo retrata o estado miserável da criatura humana condenada
pela Lei em virtude da fraqueza que a impede de cumprir a Lei, o capitulo 8 apresenta
o homem livre “da Lei do pecado e da morte”, capaz de triunfar da “ tribulação,
da perseguição, da fome, da nudez, do perigo ou da espada” e ser “mais que
vencedor”. Rm 8.34-39.
O mesmo homem fraco, vencido e escravizado,
tornou-se objeto da ação libertadora e restauradora do “Espírito da vida”
(v.2).
No capitulo 8 podemos ver as maneiras como o
Espírito exerce o seu ministério no crente:
·
Habilita
ao crente (v.9);
·
Inclina-o
à vida e a paz, (v. 6);
·
Guia-o
como filho de Deus (v. 14);
·
Testifica
com o nosso espírito de que somos, (v. 16);
·
Assiste-nos
em nossa fraqueza, (v. 26);
·
Intercede
por nós, (v. 27).
A
seguir estudaremos o divino processo usado pelo Espírito Santo no ministério de
aproximar de Deus o pecador integrando-o no plano de redenção. Comecemos com o
novo nascimento, através das varias experiências da vida do crente, sob
influencia do Espírito Santo.
I – O Espírito
Santo traz convicção
A
operação do Espírito Santo na vida do homem começa a produzir nele a convicção
do pecado, levando-o a sentir a sua condição de perdido. A iniciativa de
voltar-se para Deus nunca parte do homem. É isto que Jesus ensina ao dizer: “Ninguém
pode vir a mim se o Pai que me enviou o não trouxer” (Jô6.44). Isto significa
que Deus, o Pai, através do Espírito Santo, traz a si mesmo os homens.
Qual
o método usado pelo Espírito Santo para fazer os homens sentirem a necessidade
de vir a Deus? Encontramos a resposta em Jo 16.8-11. A primeira coisa que o
homem não salvo precisa, a fim de aproximar-se de Deus, é sentir profundamente
o seu pecado. Isto o Espírito faz no homem levando-o a considerar que é um pecador,
primeiramente por não crer em Cristo, (v. 9).
Há
outras coisas que o Espírito pode fazer no pecador para despertar nele inteira
consciência. Pode lembrá-lo do fato de que tem uma natureza depravada, porque o
pecado foi injetado no sangue que circula na raça humana quando da queda do
homem no Edem. Pode fazê-lo consciente de todos os pecados dantes cometido.
Pode constrangê-lo a admitir a insensatez de trilhar no caminho do pecado. Pode
mesmo levar o homem a estremecer ao pensar no julgamento eterno. Mas nada disto
causaria tanta inquietação ao coração humano como a convicção do maior pecado,
que é o de não crer em Cristo.
É neste sentido que o Espírito Santo convence
os homens do pecado. Contudo, o Espírito Santo não faz isto como quem acusa à
maneira de um enérgico procurador da justiça. Algumas pessoas pensam da
convicção como algo irritante. Quando, porém a convicção é produzida pela ação
regeneradora do Espírito Santo, é sempre diferente. Conquanto a convicção não
raro levasse a pessoa a sentir-se em um estado miserável, não é este,
entretanto, o método do Espírito Santo, arrazoando com os homens, revelando o
maravilhoso amor do Salvador que morreu por eles e ao mesmo tempo,
mostrando-lhes o monstruoso pecado de rejeitar ao filho de Deus, que produz
convicção, resultando em arrependimento.
O
Espírito Santo também convence o mundo da justiça de Cristo. Os inimigos de
Jesus acusaram-no de grandes pecados, mas a ressurreição de entre os mortos
provou incontestavelmente a Sua justiça.
Finalmente,
o Espírito Santo convence os homens do julgamento “porque o príncipe das trevas
deste mundo já esta julgado” Jo 16.11. Satanás tem sido um tirano controlando
os homens em todas as fases de sua existência, induzindo os a todas as praticas
corruptas. “mas no calvário, Cristo ganhou a vitoria sobre o demônio, estando
apto, portanto, a libertar os homens”. Faz parte também do ministério do
Espírito Santo convencer os homens de que lhes é possível ficar livres da
tirania de satanás, “pois o filho de Deus se manifestou para destruir as obras
do diabo IJo 3.8”.
II – O ESPÍRITO SANTO
PRODUZ REGENERAÇÃO
Depois
que o homem é convencido do pecado, da justiça e do juízo, sua própria
necessidade é renascer. Somente pela regeneração o homem pode tornar-se filho
de Deus. O melhoramento da velha natureza humana não consegue habilitação
satisfatória. O homem tornou-se participante da natureza decaída do primeiro
Adão.
Nicodemos
que era mestre em Israel, ao saber dos feitos maravilhosos de Jesus,
convenceu-se de que Jesus não era um homem comum. Julgava, entretanto que fosse
um Mestre vindo de Deus. Talvez admirasse a Jesus e supusesse mesmo ser Ele o
Messias. Certamente pensava que estaria apto para o reino de Deus, visto que
era descendente de Abraão. Jesus ensinou-lhe que precisava nascer de novo, sem
o que não poderia entrar no reino de Deus. São estas as palavras de Jesus. “Em
verdade, em verdade te digo: aquele que não nascer de novo não pode ver o reino
de Deus” Jo 3.3.
Nicodemos
era um homem bom, um homem de moral elevada; era um religiosos de alto quilate.
Ainda assim Jesus insistiu em dizer que ele precisava iniciar uma nova vida,
nascer uma segunda vez. A natureza humana corrompeu-se; por isto precisa sofrer
mudança radical, e esta mudança começa com o novo nascimento.
Na
sua exposição a Nicodemos, Jesus ensinou que o homem precisa ser limpo e
vivificado. Desde que o coração humano foi manchado pelo pecado, precisa ser
lavado (pela água) regeneradora, visto que o homem está espiritualmente “morto
em delitos e pecados” Ef 2.1; precisa ser vivificado – nascer do Espírito cf Tt
3.4,5; IPe 1.23.
Certamente
Nicodemos conhecia este texto do profeta Ezequiel: Então aspergirei água pura sobre
vós e ficareis limpos, purificados... Porei dentro de vós o meu Espírito e
farei que andeis nos meus estatutos... Ez 36.25-27. A despeito disto, a
expressão de Jesus levou-o a considerar a operação do vento, que embora tenha
procedência e destino desconhecidos, é real e sentido por todos. É assim também
o Espírito Santo, ninguém pode explicar exatamente como o Espírito vem à vida
do pecador, tornando-o nova criatura em Cristo Jesus. Jamais alguém pode
analisar a mudança ocorrida nos desejos básicos do homem, em suas motivações
intimas. Ninguém seria capaz de vaticinar os resultados das atividades do
Espírito na vida de uma pessoa. Não obstante isto causa e efeito é uma verdade
maravilhosa.
III – O
ESPÍRITO SANTO PRODUZ SANTIFICAÇÃO.
A
santificação é um assunto muito vasto e não pode ser discutido detalhadamente
neste pequeno espaço.
Aqui
apenas trataremos do Espírito Santo como o divino Agente realizador da
santificação.
Essencialmente,
a santificação significa um ato de Deus separando alguma coisa ou alguma pessoa
para um serviço sagrado. No tempo de Velho Testamento, os sacerdotes, e de fato
toda tribo de Levi eram separados para o ministério sacerdotal. Certos vasos
eram também santificados (separados) para uso exclusivo no tabernáculo ou no
templo. No Novo Testamento, santificação significa a separação do homem do
pecado e a dedicação de sua vida ao serviço de Deus, para uso do Senhor.
Mui
freqüentemente esse trabalho do Espírito Santo é considerado apenas em sentido
negativo. Mas o lado positivo desta verdade é tão justo e importante quanto o
outro, se não mais. Ser apenas separado do pecado não é o essencial, a pessoa
precisa ser separada para Deus e seu serviço.
Conquanto
o crente tenha sido feito participante da natureza divina, a velha natureza, o
“eu” ainda está presente, tentando firmar-se e obter o controle de nossa
vontade e nossas ações. Prender a natureza carnal ou pretender simplesmente
dominá-la resultará ainda em completo fracasso. Mas, quando reconhecemos a
presença do “eu” a velha natureza – podemos também estar certos de que temos um
maravilhoso “aliado” na pessoa do Espírito Santo. Por esse poder, podemos ser
vitoriosos.
Enquanto
a nossa natureza decaída tenta equilibrar-se e impedir a obra do Espírito Santo
em nossa vida, o Espírito Santo também reage e dá ao crente sincero poder sobre
as obras da carne. A carne produz às obras cujo fim é a “morte”. Mas o Espírito
produz os “frutos” que representam essencialmente o amor de Cristo, contra os
quais não há Lei ou condenação: Gl 5.16-22. A resposta à nossa necessidade de
santificação consiste em darmos plena oportunidade ao Espírito Santo para
derrotar a velha natureza em suas pretensões de retornar ao controle de nossa
vontade, e ao mesmo tempo permitirmos que Ele desenvolva em nós a imagem de
Cristo, que é perfeitamente santificado. Certos de que o Espírito Santo tem uma
natureza santa como indica o Seu nome,
facilmente concluímos que estamos cheio do Espírito (Ef 5.18) é o meio mais
seguro para obtermos a santificação.
IV – OS CRENTES SÃO
BATIZADOS NO ESPÍRITO SANTO
A
doutrina do Espírito Santo no Novo Testamento apresenta-o procedendo do Pai. Jesus
referindo-se ao Espírito Santo disse: Aquele que o pai enviará em meu nome, Jo
14.27; E também do Filho: se eu for eu vo-lo enviarei Jo 16.7. Por ocasião do
seu batismo, Jesus revelou-Se como o que batiza o crente com Espírito.
Assim
o Espírito Santo torna-se o ambiente em que o crente pode ser imerso.
Assim
através dos textos bíblicos e das considerações neste capitulo, podemos ver que
o batismo no Espírito Santo faz parte das atividades da terceira Pessoa da
trindade, e que o Espírito Santo deseja tal em todos os crentes.
Assim
é maravilhoso sabermos que o batismo no Espírito Santo produz convicção em
todos os pecadores. Produz regeneração em todos quantos vem a Deus. Como efeito
de sua operação nas vidas dos crentes, todos podem chegar a santificação. Por
isso, o Espírito Santo também deseja que todos sejam batizados com este poder.
Em outro capitulo apreciaremos mais detalhadamente o assunto de batismo no
Espírito Santo.
V – O ESPÍRITO SANTO,
COMO AGENTE DE CURA DIVINA.
Em
Jó 33.4, lemos: “O Espírito de Deus me fez; o sopro do todo poderoso me dá
vida”. Este texto nos apresenta o Espírito de Deus como o poder do criador e sustentador
da vida do homem. Comparando os textos de At 2.22 e 10.38, aprendemos que Jesus
realizou os seus milagres de cura e ressurreição de mortos, não somente pelo
seu poder, mas também pelo poder do Espírito, com o qual fora ungido por Deus,
Rm 8.11.
Assim
através desse mesmo Espírito, nossos corpos mortais poderão ser vivificados e
curados. O Espírito Santo é o agente de Deus, para a restauração de nossa
saúde. Este torna real para nós todas as provisões da obra redentora de Cristo,
tanto para o nosso corpo como para a nossa alma. Realmente, o Espírito Santo,
embora invisível é real é justamente o
agente eficaz, ministrando em nosso favor, curando e vivificando o nosso
físico.
Conservemo-nos,
pois, em plena harmonia com a Palavra e com o Espírito de Deus, e estejamos
certos de que os nossos corpos mortais são vivificados pelo “Espírito da vida”.
VI – O ESPÍRITO SANTO
E O ARREBATAMENTO
Um
glorioso evento que será para consumação da obra salvadora de Deus em nós será
a “redenção dos nossos corpos” (Rm 8.23) que aguardam o grande e glorioso dia
da vinda de Jesus, quando descerá do céu com alarido, com voz de arcanjo e com
trombeta de Deus ITs 4.16. toda a criação aguarda ansiosamente esse dia da
manifestação do filho de Deus, Rm 8.19.
O
Espírito Santo, que em nós habita, no dizer de Paulo, intercede por nós com
gemidos inexprimíveis, e esses gemidos expressam o anseio do próprio coração de
Deus, pelo dia em que toda criação será livre da escravidão da corrupção Rm
8.23.
Cremos
que estamos no fim da dispensação da plenitude dos tempos Ef 1.10; este tempo
favorável em que Deus, em Cristo, em Seu grande e eternal propósito de
salvação, tem aberto as portas da oportunidade a todos os homens, operando de
maneira irresistível para a libertação da raça humana escravizada, preparando-a
para o dia da redenção dos nossos corpos. Esta é a nossa esperança proposta;
por isto temos que ser zelosos por nossa herança, pois para esse glorioso dia
fomos selados com o Espírito Santo da promessa Ef 1.13; vivamos, portanto, como
quem geme pela libertação final das limitações de nossa carne decaída. O
Espírito Santo em nós geme pela realização de nossa libertação de todos os
efeitos do pecado, cuja libertação Cristo adquiriu para nós ao preço de sangue.
Quando
o relógio de Deus marcar a hora final desta dispensação e o momento exato para
o retorno do Senhor Jeus, haverá forte onda de poder do Espírito Santo. Esse
poder, que aqui levantou Cristo de entre os mortos, ressuscitará todos os
mortos em Cristo Rm 8.11, e transformará aos crentes que estiverem vivos, num
abrir e piscar de olhos, semelhante ao Senhor. ICo 15.51 – 53; IJo 3.2. Então
não haverá mais canseira; não haverá mais dor, doença nem aflições. Não haverá
mais morte, haverá gloriosa harmonia, num ambiente santo, completamente livre
das restrições e limitações impostas pela carne, pelo tempo e pelo pecado.
É
isto que o Espírito Santo faz em nós, os santos de Deus.
Relato tirado do livro: O
ESPÍRITO SANTO
Autor: PASTOR: ESTEVAM ANGELO DE
SOUZA.